sábado, 11 de abril de 2015

Armadura Medieval



A Armadura do cavaleiro

Em armadura completa, o cavaleiro medieval estava protegido da maioria das armas de seu tempo. A malha propiciava defesa segura contra espadas e armas de acutilar, embora pudesse ser penetrada por uma ponta de lança. Na metade do século XIII, passou-se a reforçar a blindagem, primeiro com peças acolchoadas, depois com couro endurecido e, desde meados do século XIV, com placas adicionais de metal. Cada peça de armadura tinha um nome técnico, relacionado à parte do corpo que devia cobrir. Em resposta à introdução dos arcos longos e das bestas, as armaduras de placas passaram a ser forjadas em superfícies aptas a desviar os projéteis mortais.
O elmo servia para proteger a cabeça, surgindo em muitas formas, e podendo ser aberto ou fechado. Era geralmente almofadado para tornar o uso mais confortável. Podia ter uma viseira móvel (zona que protegia os olhos), e uma babeira, que protegia a zona do queixo, e uma gola para proteger o pescoço. O elmo podia no entanto ser aberto, incluíndo um camal (cota de malha presa ao elmo que protegia o pescoço), ou simplesmente ser usado sobre uma coifa (capuz de cota de malha).

Aqui indicam-se e descrevem-se algumas das suas principais peças constituintes das armaduras do periodo medieval.

A couraça é parte da armadura que protege o torso. É composta por diferentes secções, como um peitoral e um dorsal (placas sobre o peito e costas, respectivamente), e uma escarcela (lamelas que cobrem o abdómen). Outras placas (chamadas tasset) poderiam ser presas na extremidade da escarcela para uma maior proteção das coxas.

O espaldar é parte da armadura que cobre os ombros, sobrepondo-se à couraça e braços. Era um grupo de lamelas articuladas, por vezes encimadas por uma placa semi-esférica. Recebia o nome de espaldarete quando composta de menos placas, e de espaldar quando oferecia uma protecção completa do ombro.

A armadura para os braços é composta por diferentes secções acopladas por meio de lamelas articuladas com rebites. A cotoveleira é a mais antiga destas peças, no início uma única placa cônica presa por tiras diretamente sobre a manga do hauberk. Por volta do começo do séc. XIV aparecem os canhões (placas tubulares) do braço e do antebraço, protegendo apenas a parte externa do braço. Mais tarde tanto o canhão do braço (braçal) quanto o canhão do antebraço (antebraçal) ganham uma placa adicional de modo a envolver completamente o membro. Estas peças evoluem até garantirem a protecção completa do braço.

Até o séc. XIV as manoplas eram luvas de malha, geralmente com duas divisões: uma para o polegar e outra para os dedos restantes, mas durante séc. XIV ocorrem melhorias, pequenas placas de metal são afixadas sobre uma luva de couro. A partir de 1350 surgem as manoplas ampulhetas que se estabelecem como tipo padrão. Entretanto, o séc. XV ainda veria outros avanços, como as placas dos dedos totalmente articuladas sem mais a necessidade de um fundo de couro para segurá-las.

A armadura das pernas é muito parecida com a dos braços. É composta por uma joelheira (cobrindo os joelhos), de um coxote (placa que protege a coxa). Mais adiante, uma semi-greva curta seria suspendida da joelheira, por lamelas articuladas, e poderia ser presa na greva mais abaixo, para uma completa proteção das pernas.

As grevas são a parte da armadura que protege a parte inferior da perna — do joelho ao tornozelo. No séc. XIII, as semi-grevas eram apenas uma placa que cobria a canela, presa atrás por tiras de couro e fivelas. No fim do séc. XIV uma outra placa é adicionada protegendo a panturrilha, e temos então as grevas totalmente desenvolvidas.

Escarpe é o nome que se dá ao sapato encouraçado. Evoluiu a partir de peças de ferro colocadas sobre a malha para cobrir a parte superior do pé. Ao fim do séc. XIV, o progresso na armoraria permitiu a fabricação de escarpes envolvendo totalmente os pés, e logo no início do século seguinte já era comum ver os cavaleiros adicionando uma ponta longa e curva na frente do escarpe para este não escapar do estribo no acto de cavalgar.

A cota de malha era a armadura que precedeu as armaduras de placas, construída a partir de aneis metálicos entrelaçados, constituíndo um tecido maleável, mas extremamente pesado e difícil de penetrar.

A túnica completa de cota de malha era chamada hauberk ou haubergeon, e constituía até ao século XIII uma verdadeira armadura, protegendo da cabeça até quase aos pés. Com o avançar das armaduras de placas, a túnica de cota de malha foi-se reduzindo em dimensões, passando a ser uma simples camisa que protegia as zonas entre placas de torso e braços.

A coifa era uma capuz de cota de malha que era usado sob o elmo, para proteger as zonas expostas do pescoço até aos ombros.

O camal era um pedaço de cota de malha que estava preso ao elmo, útil em elmos abertos, pois podia proteger o rosto, e o pescoço.

Extraido de:


Texto adaptado por Lettow Vorbeck, no dia 06/04. Disponivel na pagina do Clube dos Generais no Googlegroups.

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