domingo, 1 de maio de 2011

Vivo-morto


Não, eu não errei o título. Não estou falando de mortos-vivos, mas sim de vivo-morto. Estranho isso. Sim, mas vou explicar.

A confiança é como cristal. Quando se perde, não volta mais. Mas nem todo mundo aprende isso e algumas vezes alimentam esperanças de voltar atrás em seu erro.




Voltamos aos vivo-morto.
Esta pessoa morreu. Só não foi assinado a atestado de óbito, mas para mim, morreu. Esquece que eu existo. Até posso dá bom dia, boa tarde e boa noite. Mas morreu. Ter um tratamento melhor do que lixo... não vai ter.
E não precisa ser só amigos, conhecido ou colega. Estes são até mais fáceis. Mas o texto de hoje inclui parentes. Minha avó por parte de mãe adotiva, nunca cheguei a conhecer. Para minha mãe, ela morreu. De certa forma, uns tios até ligaram para avisar do falecimento dela, mas se após mais de 40 anos, minha mãe nunca fez questão de ligar para ela, dizer um oi ou apenas mandar uma fotografia... porque agora teria que ir no funeral??? Só para aparecer bonito na foto.
O que minha avó fez ou deixou de fazer, com minha mãe, era assunto delas. Não havia mais confiança. E o mesmo se aplica a minha meia-irmã por parte de mãe que foi adotada junto comigo.
Temos divergências, todos irmãos tem. Mas algumas coisas que foram feitas, não permitem mais confiança. Que ela nunca gostou do fato de ser adotiva e queria ser independente, tudo bem. Fez o que queria, quebrou a cara algumas vezes, teve sucesso em outra, é um direito dela. Aprendemos desde cedo a não depender dos outros e nos virar. Mas algumas coisas que ela fez para mim e que perdeu toda a minha confiança, que hoje eu não a trato mais como irmã.
E posso até ter sido cruel e sádico como a tratei, mas foi muito prazeroso expulsa-lá do hospital que nossa mãe adotiva estava internada, devido um AVC. Por ela ter discutido com minha mãe via telefone e depois querer ir visita-lá tomei as devidas medidas para que ela não entra-se no quarto e não fosse nem permitido a sua entrada no hospital (afinal estou pagando a internação e o tratamento e ainda não achei médico que concorda-se em deixar alguém entrar no quarto e ficar discutindo com um paciente que acabou de ter um AVC).

Até vejo os mais fervorosos religiosos virem falar que perdoar é divino. Eu não sou divino, sou um mortal que não pensa em morrer antes dos 200 anos (piadas aparte). E não, perdão é até um conceito bonito, mas não tenho coração para isso. Perdeu a confiança, não volta. Posso até queimar no inferno ou seja o que for segundo a religião de cada um. Com todo o respeito e não é por falta de conhecimento (já convivi, conheço e tenho amizades com cristãos, judeus, protestantes, crentes, muçulmanos, budistas e macumbeiros), cada um tem a sua religião e filosofia de vida, mas não vou concordar com a idéia de dá perdão. Há coisas que nem a paciência zen budista consegue me acalmar. Morreu. Não sei ser falso e dá um sorriso. Posso até dá um bom dia, boa tarde, boa noite e ser educado, mas a pessoa morreu. E quando se passa deste limite em que se perde a confiança, ela não volta.

Minha meia-irmã sabe que está morta para mim. Que ela não precisa nem me chamar, seja para o que for (nem precisam avisar quando ela falecer), porque para mim, viva ou não, ela está morta. E como tal será tratada. Assim, como uma prima tem o mesmo tratamento e outros desafetos.


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